terça-feira, 22 de outubro de 2013

Porto



As sombras
Os túneis
O rio
O liso do rasto dos barcos
Os passos silenciosos
E eu
Cá em cima
Com o vento a serpentear-me o corpo
Devolvendo-me a paz do esconderijo da minha mãe
E o senhor do boné gasto
De alicate em riste
A cortar rubis com o metal
Porque tudo lhe pertence.
Desta ponte
Onde só o vento chega
A cidade é uma orquestra que sinto com a ponta dos dedos
E se pudesse
Saltava para um mergulho
Mas hoje
Prendi um tesouro na ponte
Com caneta permanente
Como a do avô
E preciso de voltar
Para casa!


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